domingo, 25 de julho de 2010
O meu romance:"Momentos Quase (Im)Perfeitos"
«Sou uma mera observadora dos outros. Assim consigo entender melhor algumas das minhas próprias reacções.»
É assim, com um olhar repleto de inteligência e sensibilidade, que a narradora deste livro — uma mulher de 35 anos, insatisfeita como tantas, com uma vida que sente despojada e vazia de verdadeiro amor — se nos dirige. Revisitando memórias de um diário antigo que ilumina a infelicidade cada vez mais presente nos seus dias, apoiando-se em amigos, em terapeutas, nos filhos que são o esteio que a impede de mergulhar no desespero, Ana, como tantas outras Anas deste mundo, é tida por uma “mulher forte”, mas sente-se insuportavelmente só.
E no entanto, esta é mesmo uma daquelas mulheres sobre quem Elis cantava, dizendo terem «a estranha mania/de ter fé na vida»: uma mulher que merece amar e ser amada e por isso não se entrega. E nos fala, desassombrada, no que sente por dentro e por fora, na alma e no corpo que desperta, finalmente, com a descoberta da paixão.
Uma mulher com raça e com doçura, «como outra qualquer do planeta», como Claudina Brito, escritora e mulher de paixões determinadas.
Ana Pereirinha
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